Sejam Bem Vindos!!!!!

VERA LUCIA SALLES está agora na Granja Viana após 20 anos de atuação em São Paulo,está trazendo seu trabalho para que seja aproveitado pela comunidade da Granja. Este trabalho engloba hipnose, psicoterapia junguiana e metafísica, ajudando a nos libertar de todos os dogmas e preconceitos que nos são infligidos desde que nascemos para que possamos encontrar quem somos de fato, compreendendo a totalidade do ser e sermos livres para escolher e criar nossas vidas e sermos felizes.

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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

REFLEXÕES SOBRE HIPNOTERAPIA


                        Desde que iniciei meus estudos em hipnose e hipnoterapia,verifiquei que existe um movimento natural no ser humano de mitificar, tornar fabuloso ou inacreditável, mistificar, tornar sobrenatural ou dar um sentido oculto, tudo aquilo que não compreende e em virtude disso a maioria das ciências, em seu estado germinativo, passou por momentos de incredulidade ou mitificação, haja vista o exemplo de Galileu Galilei que quase foi queimado na fogueira por afirmar que a terra era redonda, e esse também foram e são o caso da hipnose, ora mitificada, ora mistificada, ora desacreditada. E o maior agravante que reforça estes aspectos, vem sendo a utilização da hipnose para shows, no seu início em praças públicas e atualmente em programas televisivos, foi também muito utilizada em filmes de ficção científica para lavagens cerebrais e atuação em espionagens, surpreendendo o telespectador mais ingênuo e sendo banalizada pelos mais céticos.
            Encontram-se algumas citações de que a hipnose já era utilizada em diversas civilizações antigas em cirurgias, principalmente as cerebrais e extração de dentes, mas tal fato não pode ser comprovado com exatidão em decorrência de este fato ter sido extraído de inscrições em cavernas, cerâmicas ou pelo exame de fósseis e múmias que mostram haverem sido submetidas a cirurgias de cérebro com sucesso. Mesmo porque em tempos bíblicos misturavam-se vinho aquecido com ópio para fins anestésicos e poderia ter sido utilizado em outras civilizações para fins cirúrgicos.
            Já os gregos cultuavam uma deusa chamada Sofrosine que, segundo a história, tinha templos erigidos em sua honra, onde pessoas eram postas num estado semelhante ao sono para ouvirem “maravilhosos sermões” dos sacerdotes do templo e saiam de lá curadas e felizes voltando à vida normal.
            Considera-se o início do estudo científico da hipnose, numa tentativa de transformá-la em ciência a fim de sua utilização na cura de doenças, a partir de 1760 e este estudo vem se desenvolvendo e está em evolução até os dias atuais. A hipnose não difere de nenhuma outra ciência, seus méritos e deméritos estão estreitamente ligados à lisura e bom senso do profissional que dela se utiliza.
            Sob meu olhar, o que tem urgência em ser clareado é o fato de se atribuir um poder ao hipnotizador sobrepujante à condição humana. O único “poder” que ele tem a mais é ter estudado e aprendido a hipnose e qualquer outra coisa que daí resulte, está na mente fantasiosa do hipnotizador e de quem observa ou se submete ao transe hipnótico.
            Outro ponto importante a ser esclarecido é que somente 25% das pessoas são suscetíveis à hipnose de palco e mesmo assim todas dispõem de mecanismos internos de defesa que protegem o subconsciente de sugestões hipnóticas que possam lhes causar prejuízos. Falando de outra maneira, só estão sujeitos ao comando hipnótico aqueles que aceitam estes comandos, portanto, se o hipnotizado não o quiser não reage a qualquer sugestão que lhe seja dada pelo hipnotizador.
            Diante desta colocação pode ficar uma grande interrogação... Então só 25% das pessoas podem se beneficiar de tratamentos com hipnose? Não, não e não. Profissionais que se interessam em utilizar essa técnica, para ajudar as pessoas a resolverem problemas que as impeçam de viver uma vida saudável, dispõem de técnicas que atingem 100% de seus clientes.
            A hipnose também não é uma panacéia. Sua eficácia se baseia no fato de ativar, através do transe, o sistema nervoso parassimpático que se ocupa das funções restauradoras e da armazenagem de recursos que possam ser necessários para lidar com situações difíceis. Eis aqui uma informação importante para desmistificar a hipnose. Em suma, “transe hipnótico é uma alteração neurológica temporária produzida por causas naturais identificáveis..., há evidências de que o estado de transe, desde que seja positivo, pode ter propriedades curativas em si e por si mesmo”.
            Um dos precursores da hipnose foi Emile Coué que com seu trabalho e ensinamentos nos trouxe o conhecimento dos princípios científicos que governam a sugestionabilidade, ele mesmo resumiu sua teoria em duas conclusões:
1-      Cada idéia que ocupa exclusivamente a mente é transformada num verdadeiro estado físico ou mental;
2-      Os esforços que fazemos para refrear uma idéia pela aplicação da vontade apenas servem para tornar essa idéia mais poderosa.
Sintetizando: as pessoas são sugestionadas ou auto-sugestionadas para adquirir uma doença e podem ser sugestionadas para se livrar delas.
Abade Faria (1766-1819), um frade português, também um estudioso da hipnose traduzia essa teoria da seguinte forma: “Uma pessoa pode ser enfeitiçada para adoecer e pode ser enfeitiçada para sarar”.
Não existe aqui a intensão de se afirmar que todas as doenças são sugestões, pois tal fato seria leviano e negligenciaria todos os esforços, de séculos, desenvolvidos pela medicina na busca de compreender e buscar a cura para as moléstias humanas. Mesmo porque um dos maiores problemas, senão o maior em relação à doença, é que está sempre acompanhada por problemas emocionais. Não importa - uma questão muito discutida nas rodas acadêmicas - se são as emoções que provocam as doenças ou se as doenças é que desencadeia emoções, o que importa é que ambas, doenças e emoções, são pares constantes neste processo. Assim sendo, sempre que uma manifestação física aparece não podemos esquecer que tem como parceira uma emoção ou um problema emocional que também precisa ser sanado, caso contrário a “cura” não será definitiva, podendo acontecer de o sintoma tratado desaparecer momentaneamente ou deslocar-se para outros focos físicos.
Por crer nisso, aponto a hipnose como mais um recurso que pode ser integrado num tratamento multidisciplinar objetivando buscar o equilíbrio do binômio mente/corpo.
Além disso, é bastante produtiva em auxiliar as pessoas a buscarem seus recursos internos para sanar dificuldades de várias ordens e desenvolverem uma vida melhor e mais harmoniosa.

Indicações
da Hipnose
• Psicoterapias
• Analgesias
• Anestesias
• Vômitos (gravídicos e outros)
• Náuseas
• Pruridos (gravídicos e outros)
• Sialorréia
• Sangramentos
• Controle de dor em pacientes com doenças crônicas e ou terminais
Enurese noturna
Ansiedades
Tabagismo
Gagueira
Pré e pós operatórios (quaisquer)
Pós partos e pré-partos
Relaxamento físico e emocional
Aumento da lactação
Fobias
Desenvolvimento de capacidades artísticas
Acnes
Melhora na conversação de línguas estrangeiras
Câncer (na melhora da dor e da auto-estima)
Rompimentos amorosos
Na perda de parentes e/ou amigos (luto)
Melhora de rendimento escolar
Melhora do estresse do vestibulando ou daquele indivíduo que vai prestar qualquer exame (até o de habilitação)
Gastrites
Tristeza
Desânimo
Tique nervoso
Entrevistas (evitar o “branco”)
Anorexia nervosa
Bulimia
Obesidade
Estresse
Síndromes pós traumáticas
Síndrome do pânico
Doenças de pele (vitiligo, psoríase, verrugas, etc..)
Doenças alérgicas
• Em fisioterapia para diminuir a dor
• Hipnose criminalística e forense executada por Psiquiatras e Psicólogos

NUMA SITUAÇÃO CONFUSA, O QUE FAZER ?

Por favor, não faça nada. Você criou uma confusão por causa do seu fazer excessivo. Você é um tamanho fazedor, você confundiu tudo à sua volta - não somente para si mesmo, mas para os outros também. Seja um não-fazedor; isso será compaixão para consigo mesmo. Seja compassivo. Não faça nada, porque com a mente falsa, com uma mente confusa, todas as coisas se tornam mais confusas. Com uma mente confusa, é melhor esperar e não fazer nada de forma que a confusão desapareça. Ela desaparecerá; nada é permanente neste mundo. Você só precisa uma profunda paciência. Não seja apressado.
      Vou lhe contar uma história. Buda estava viajando através de uma floresta. 0 dia estava quente. Era exatamente meio-dia e ele sentiu sede; assim, disse para seu discípulo Ananda: "Volte. No caminho, nós atravessamos um pequeno riacho. Volte lá e traga um pouco d'água para mim".
Ananda voltou, mas o riacho era muito pequeno e algumas carroças estavam atravessando-o. A água estava agitada e tinha ficado suja. Toda a sujeira que estava assentada nele tinha vindo para cima e a água não era potável agora. Assim, Ananda pensou: "Eu tenho que voltar". Ele voltou e disse para Buda: "Aquela água se tornou absolutamente suja e não está boa para se beber. Permita-me ir à frente. Eu sei que existe um rio a apenas alguns quilômetros de distância daqui. Eu irei e buscarei água para você".
      Buda disse: "Não! Volte ao mesmo riacho". Como Buda tinha dito isto, Ananda tinha que seguir a ordem. Mas ele a seguiu sem entusiasmo pois sabia que aquela água não podia ser trazida. E tempo estava sendo desnecessariamente perdido! E ele estava com sede, mas como Buda disse para ir, ele tinha que ir.
      Novamente ele retornou e disse: "Por que você insiste? A água não está potável". Buda disse: "Vá novamente". E como       Buda havia dito para voltar, Ananda teve que ir.
      A terceira vez que ele chegou no riacho, a água estava tão clara quanto ela sempre esteve. A sujeira tinha ido embora, as folhas mortas tinham ido embora e a água estava pura novamente. Então Ananda riu. Ele trouxe a água e veio dançando. Ele caiu aos pés de Buda e disse: "Seus meios de ensinar são miraculosos. Você me ensinou uma grande lição - que apenas a paciência é necessária e que nada é permanente".
E este é o ensinamento básico de Buda: nada é permanente, tudo é transitório - assim por que ser tão preocupado? Volte ao mesmo riacho. Então, tudo deve ter mudado. Nada permanece o mesmo. Apenas seja paciente: vá novamente e novamente e novamente. Apenas alguns momentos e as folhas terão ido embora e a sujeira terá se assentado novamente e a água estará pura novamente.
      Ananda também perguntou a Buda, quando ele estava voltando pela segunda vez: "Você insiste que eu vá, mas eu não posso fazer alguma coisa para tornar aquela água pura?".
      Buda disse: "Por favor, não faça nada; do contrário você a tornará mais impura. E não entre no riacho. Apenas fique do lado de fora, esperando, na margem. Sua entrada no riacho criará uma confusão. 0 riacho flui por si mesmo, assim deixe-o fluir".
      Nada é permanente; a vida é um fluxo. Heráclito disse que você não pode pisar duas vezes no mesmo rio. É impossível pisar duas vezes no mesmo rio porque o rio fluiu; tudo mudou. E não somente o rio fluiu, você também fluiu. Você também é diferente; você também é um rio fluindo.
      Veja esta impermanência de todas as coisas. Não tenha pressa; não tente fazer nada. Apenas espere! Espere em um total não-fazer. E se você pode esperar, a transformação estará presente. Este próprio esperar é a transformação.
Osho, The book of the Secrets, V3, #38

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O REIKI COMO CAMINHO



         Falar sobre o Reiki é como falar do sagrado, na verdade é falar sobre o sagrado, porque ele trabalha com as dimensões mais sutis do ser humano, com aquilo que não é visto a olhos nus e propicia, o que aos olhos das pessoas comuns, pode ser chamado de um verdadeiro milagre.
            Essa é uma das coisas que me fascina no Reiki, uma vez que sou psicóloga por formação, psicoterapeuta junguiana por especialização e mestranda em psicologia da saúde, ou seja, sempre direcionei  meus estudos  com vistas a compreender o que leva o ser humano ao desequilíbrio físico e emocional, com uma preocupação constante em auxiliar as pessoas a encontrar seu equilíbrio.
            Acontece que, diante das queixas de meus pacientes, sentia faltar alguma coisa mais do que a cura física, psíquica e mental me perguntando o que seria. Desde minha formação venho tentando ampliar minhas buscas na tentativa de incluir em meu trabalho o equilíbrio espiritual e essas buscas me fizeram uma sacerdotisa wicca e posteriormente uma Máster Reiki.
            Graças a tudo isso aliado às minhas experiências pessoais e clínicas, posso hoje afirmar a importância de se trabalhar o ser humano em sua totalidade holística, ou seja, físico, mental, emocional e espiritual.
            Muito bem, e como trabalhar todos esses aspectos sem incorrer em falta ética com a medicina e as religiões?
            A resposta para essa questão é o Reiki, porque ele consiste numa técnica que não conflita com a medicina nem com qualquer religião. É uma técnica oriental que consiste na captação e transmissão da energia vital universal pelas mãos sobre o corpo humano para re-equilibrar as energias internas e desmagnetizar todos os obstáculos (físicos, mentais, emocionais e espirituais), deixando o complexo corpo-mente livre para que se cure e se harmoniza totalmente, seguindo os padrão original, sadio e perfeito, com que foi criado.
            Todos sabemos que o corpo vivo, do ser humano ou de um animal, irradia calor, mas junto com este calor ele também emite uma energia especial que traz, em si, o princípio de vida. Baseadas nesta premissa existem várias denominações para o ato de impor as mãos e transmitir esta energia: Cura Mana, para os Hunas da Polinésia; Orenda, para os índios americanos iroquês; Prana, para os indianos e Ch’i, para os chineses.
            A diferença entre estes trabalhos e o Reiki, reside no fato de que a pessoa que está sintonizada como agente de cura Reiki, tem os canais de energia do seu corpo abertos e livres do bloqueio pela iniciação que recebeu em Reiki.
            Com isso ela não só recebe  um aumento de energia vital para sua própria cura, como também se liga à fonte de toda a energia universal. Durante o treinamento o aluno passa por iniciações e por um conjunto de instruções, conhecimentos, sinais e toques energéticos que dão a ele as condições necessárias e imprescindíveis para prosseguir seu caminho na senda da evolução e para auxiliar outras pessoas neste mesmo caminho.
            Outra coisa  que muito se afina comigo, nesta técnica, é a necessidade do agente de cura, usar de um recurso fantástico: O Amor Universal. Esse fator é imprescindível no tratamento da pessoa que busca auxilio e o terapeuta tem que estar bem conectado com as energias cósmicas para deixar fluir livremente esse amor.
            É muito bom, ainda, ter condições para formar novos agentes de cura e prepara-los para se conectar com o Amor Universal e distribuí-lo, porque assim se forma uma grande constelação de pessoas “estrelas” que propagam amor ajudando a construir um mundo melhor e mais humano.

Vera Lucia Salles
Master Reiki

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A CURA REAL

A CURA  REAL


Em minha profissão como psicoterapeuta, ou mesmo como mestre Reiki, muitas vezes sou procurada por pessoas com sérios problemas orgânicos que buscam a cura. Isto leva à questão sobre o que de fato é estar curado.
 Segundo o conhecimento humano, cura pode ser o restabelecimento da saúde ou o desaparecimento dos sintomas físicos, melhor dizendo significa desaparecer com efeitos aparentes cujas causas não importam para quem está sofrendo com estes “efeitos” (doença).
Um dos maiores problemas, senão o maior em relação à doença é que esta sempre está acompanhada por problemas emocionais. Não importa, uma questão muito discutida nas rodas acadêmicas, se são as emoções que provocam as doenças ou se as doenças é que desencadeiam emoções, o que importa é que ambas, doença e emoções, são pares constantes neste processo. Assim sendo, sempre que uma manifestação física aparece não podemos esquecer que tem como parceira uma emoção ou um problema emocional que também precisa ser sanado, caso contrário a “cura” não será definitiva, podendo acontecer de o sintoma tratado desaparecer momentaneamente ou deslocar-se para outros focos físicos.
Disto podemos concluir a importância de se aliar ao tratamento médico acadêmico outras formas de tratamento para torná-lo mais eficaz. Por mais avanços e conhecimentos que a medicina tradicional alcance, e devemos concordar que são imensos e de importância vital, não se pode esquecer que estamos lidando com seres humanos que são muito mais do que órgãos e sistemas, ossos e células, existe algo neste ser que transcende os conhecimentos acadêmicos.
Alguns percussores da Física Quântica, como Deepak Chopra por exemplo, falam do corpo humano como um organismo formado por quantum de energia, ou seja, constituído por uma freqüência vibracional mais densa que seria o próprio corpo físico e que as emoções estariam numa freqüência vibracional menos densa que se acopla ao corpo físico numa atuação recíproca.
 O meu alerta fica para o fato de uma definição tão simples para a palavra cura, como a que foi citada acima, é muito mais complexa do que se pensa, assim fica difícil uma resposta para a pergunta: “_ Meu problema tem cura?”.
Segundo um preceito Reikiano, “Somente a Transformação é que merece ser chamada de Cura. Curar-se não é deixar se sentir sintomas, mas trocar repressão por compreensão; ignorância por sabedoria; alienação por auto conhecimento; desespero por coragem; desejo por vontade; ociosidade por ação fecunda; embotamento por criatividade; hipocrisia por autenticidade”.

O ENCONTRO

 Vera Lucia Salles

Laurindo, moreno forte,
Músculos bem torneados,
Olhos vivos, boa mente,
Desanimado pensava
No que o velho lhe disse ...
Será que tinha coragem
Para tamanho desafio ...?

Havia lhe dito o velho:
“_ Tua busca pode terminar
Se naquele quarto entrares.”
Mas que pensasse bem
Antes de a decisão tomar,
Pois uma vez decidido
Não poderia retornar.

Há muito que andava
Sem direção, sem rumo,
De tudo descria, não via solução.
Na vida entusiasmo não tinha,
No amor só desilusão.
Questionava Laurindo:
“_ Vale a pena continuar ...?”

Agora surge uma chance,
O velho lhe manda pensar...
“_ Nada mais vale a pena,
Nada posso perder,
Além da vida que tenho
Que mais posso temer?”

Assim pensando foi ter
Com o velho pensador.
Esse o recebeu com carinho
Demonstrando muito amor.
“_ Filho, não desespere,
Nem arrefeça ante a luta.
Na vida nada é de graça
Sempre é preciso ajuda...”

Foram as últimas palavras
Ouvidas por Laurindo,
Caminhando para o quarto
Buscando seu destino.
Titubeou ante a porta,
Pensou em desistir
Mas alguma coisa lá dentro
O forçou a investir.
Abre a porta sorrateiro ...
Pé a pé se faz dentro.
A porta por si só fecha ...
Nenhum resquício de luz ...

Passaram-se longos minutos ...
Não consegue movimento.
Os olhos buscam no breu
Algum reconhecimento.
Feito bicho acuado
Senta no chão de cimento.
Vai recuando lentamente
A encolher num canto
Seu corpanzil ardente.

Assim permanece bom tempo
Sem nada entender ...
“_ Que será que o velho
Disse sem dizer ...?”
Embalado por esse marasmo
Adormece sem querer.

Lindo sonho reaviva
A memória adormecida.
O menino lépido e fagueiro
A correr e pular de alegria.
O sol a banhar seu rosto
Numa embriagues de prazer.
“_ Como é bom ser criança ...
Jamais quero crescer.”

Num rompante abre os olhos ...
Num grito fundo de dor
Rompe o estupor ...
“_ Maldito velho, onde estás ?
Não vês que de ti preciso ?”

Suas queixas ecoam pelo ar
Penetrando seus ouvidos.Só aí se apercebe
Pode falar consigo.
Examina o escuro nada
Com olhos de inquiridor ...
Acomodadas as pupilas
Aquieta seu pavor.

Já delineia contornos, e
Eis que para seu espanto,
Tão acuado quanto ele,
Lá está, no canto oposto,
O que lhe parece ser, outro ser vivente.
“_ Como é bom ter companhia,
Alguém para conversar ...
Diga logo meu amigo
A fim de que aqui estás?”

Um diálogo interessante,
Então, aí se sucedeu,
O outro não emitiu som
Mas Laurindo o compreendeu ...
Muito, muito se falaram ...
Tantas trocas se fizeram ...
Pensamentos, idéias e confissões...

Laurindo muito espantado
Com tudo que ocorria,
Lá consigo imaginava
Que o outro seria ...
Ora parecia Deus,
Mas bem  perto do Demo estava,
Demonstrava imenso amor,
Mas de ódio se ralava.
Invejoso, usurário, sovina,
Generoso, prestativo, “bom-vivam”,
Ingênuo, puro e inocente,
Malicioso, gatuno e sorrateiro.
Tinha momentos de razão
Numa loucura demente,
Parecia muito seguro ...
Não tinha referencial ...
Cronometrava o tempo
Um tempo atemporal ...

Lentamente a claridade
Precedendo à escuridão
Foi delineando cuidadosamente
O conteúdo e a confusão.
Quanto mais fazia luz,
Mais se atordoava Laurindo,
Pouco a pouco percebendo
Que estava mesmo sozinho.

Agora mais relaxado
Resolveu movimentar-se
Distendeu todo o esqueleto
Decidido à ação.
Percorreu todo o quarto
Tudo tocando com a mão ...
Tateou uma janela ...
“_ Aqui está a solução.”
Abrindo-a lentamente
A luz do sol fez entrar.
Contemplou o belo dia
O campo, a relva, o céu, o mar.
Volveu-se, então, com cuidado
O coração a disparar ...
Qual não foi sua surpresa
De com um espelho deparar?

O FRIO DA ALMA

O FRIO DA ALMA

Vera Lucia Salles
Faz frio lá fora e eu estou aqui pensando no que seria interessante passar para você. Achei que seria bom falar sobre o “frio da alma”, que são aqueles momentos onde existe sentimentos de desorientação, desânimo, onde as perspectivas e ideais se foram deixando como companhia o desalento.
     Se você é uma destas pessoas eu entendo sua dor e seu sofrimento. Entendo suas tensões, seus vazios, sua inquietude, a luta que tem travado em busca da paz, suas quedas, vacilos e desânimo. Entendo que neste estado todas as portas se fecham para você, os amigos... Ah! os amigos... Estes só estão presentes quando você está bem e não precisa deles. E no trabalho??? Nada dá certo... Todo seu esforço não é reconhecido, ninguém percebe seu empreendimento, as horas a mais de trabalho, o trabalho nos finais de semana, a falta de férias. Em casa é ainda pior, lá onde deveriam apoiar você, só há queixas e reclamações, são incapazes de valorizar o esforço que você faz para agradar a todos, não entendem quando você senta em frente à TV e se deixa absorver pelo que a mídia lhe envia goela abaixo numa tentativa de fugir dos problemas com os filhos, já que não tem disposição, após um dia exaustivo, para resolvê-los. Eu lhe compreendo, afinal você teve uma educação rígida onde deveria obedecer e ponto final, por que agora deve ter suas ordens questionadas? Ninguém lhe respeita, ninguém ama você como merece.
 
    Eu compreendo suas preocupações profissionais, familiares, afetivas, financeiras e sociais e o quanto isso tudo é importante, e o quanto por tudo isso  você sofre e sente-se só, o quanto está carente de amor. Entendo que a descrença tomo conta de seu coração em decorrência das mágoas que sofreu, das suas tristezas, das incompreensões e ingratidões que recebeu.
    Compreendo seus medos, medo de perder o que possui, de não dar conta do recado, de que descubram suas verdades e suas mentiras, de não realizar o planejado, medo de expressar seus sentimentos.
 
    Tem ainda seus remorsos, culpas, sacrifícios, renuncias, anseios que abriu mão, decepções, injustiça, seus sonhos de uma vida melhor e mais calma, seus desejos de segurança financeira e emocional, o autoritarismo e exigências sofridas no trabalho, o rendimento financeiro inadequado, a inveja dos outros sobre você. Ah! Como compreendo você... Compreendo ainda que como conseqüência disto tudo vem a insônia ou o sono exagerado, a fome ou a falta de apetite, o sexo ou ausência do apetite sexual, a ansiedade.
 
    Posso compreender você mas em nome do Amor Universal não lhe apoio... Porque você é o único responsável por todo este sofrimento, pelo sentimento de autocomiseração, talvez isto tudo esteja acontecendo por você não compreender o propósito de sua existência. A vida lhe foi dada de graça com o único propósito de que você viva e seja feliz. O remédio para todos os seus males está em você.
 
    Não sonhe viva. Compreenda acertadamente a máxima “Amar ao próximo como a ti mesmo” aprendendo a amar você em primeiro lugar, pois só quem se ama sabe amar a outrem. Transforme o jargão “Eu tenho que...” em  “EU QUERO”, busquem no seu âmago as respostas para seus descaminhos, pergunte-se: “O que tenho de aprender com isso?”. Recupere a confiança na vontade onipotente da Grande Consciência Cósmica, que a maioria chama de Deus, eu a chamo de A Grande Deusa da Terra. Saiba que somos viajantes com todos os imprevistos de uma jornada e se fomos colocados neste barco é porque temos recursos suficientes para chegarmos ao nosso destino. Esqueça velhos jargões como: não erre nunca, seja perfeito, agrade sempre, seja comportado, curiosidade é feio, seja bonzinho, não chore, etc. Não queira controlar os outros e tudo o mais na vida; use o tempo, o erro como teus aliados de crescimento.Aprenda a se amar, se respeitar, se cuidar, olhe a vida com toda a beleza que ela lhe oferece.
    Desperte e acorde do sono profundo em que se colocou, apesar de todo o medo tente mudar, eu sei que o novo é assustador porque é desconhecido, mas saiba que a raiz de todas as suas dificuldades são seus pensamentos negativos. São eles que lhe afastam da experiência pura e simples de viver,  de sentir seu corpo vivo, seu coração bater, o fluxo de sua respiração. Comece tendo consciência de seu próprio corpo. Respeite seus sentimentos sejam eles quais forem. Não finja alegria se estiver triste, não queira mostra coragem se tem medo, se está com ódio não negue isso. Não lute contra seus sentimentos, deixe a dor acontecer assim ela se esgota e se vai. Não se julgue pelos sentimentos que tem você não é seus sentimentos, você apenas tem sentimentos.
Você tem um corpo físico, mas não é o corpo físico; você tem pensamentos, mas não é seus pensamentos; você tem recordações mas não é suas recordações; você tem seus sentimentos mas não é seus sentimentos.
 
            VOCÊ É FEITO DE LUZ,
                                         VOCÊ É LUZ,
                                                         VOCÊ É LUZ.
                                                                          BRILHE!!!